Conselho de Farmácia alerta para venda de autoteste falso de covid

Karina Anunciato

Desde que foram liberados pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) para utilização doméstica, os autotestes de covid-19 vem se popularizando e ganhando espaço entre as pessoas. A liberação para a população em geral – tem como principal objetivo ser mais uma ferramenta de enfrentamento ao coronavírus – no entanto, esta estratégia vem sendo alvo de crime, com a comercialização de testes falsos. Flávio Shinzato, presidente do Conselho Regional de Farmácia (CRF/MS), orienta que antes de adquirir o produto, as pessoas devem consultar primeiro quais são os testes autorizados pelo órgão regulador. 

Flávio Shinzato, Presidente CRF/MS (Foto: Assessoria)

“Recomendamos que as pessoas adquiram esses autotestes na rede de farmácias e drogarias consultadas no canal da Anvisa; e também tomar o cuidado para ver se os produtos, os kits e as marcas que estão liberadas, registradas pelo órgão”.     

Shinzato reforçou ainda que o cuidado na verificação do registro do estabelecimento e do produto a ser comprado na loja física, também deve ser dado na compra pela internet. 

“É importante frisar sobre as compras online. Não se pode comprar de qualquer lugar, a não ser daquelas empresas devidamente autorizadas pela Anvisa. Não adquirir este produto de terceiros ou de locais que não são registrados ou catalogados pelos órgãos de fiscalização, no caso o Conselho ou a Anvisa ”.  

Apesar de ser um produto de fácil manipulação, o farmacêutico orienta a utilização cuidadosa da haste para não machucar as narinas. Outro cuidado é com o acondicionamento do produto. O armazenamento inadequado pode interferir no teste.

“É um procedimento tecnicamente simples, mas que deve ser coletado com as devidas orientações do profissional para que a gente possa não lesionar a cavidade nasal, dentro do nariz. E esses produtos devem ser armazenados de maneira correta, tudo isso vai influenciar no resultado. Por isso, você deve adquirir em estabelecimentos de sua confiança, com o farmacêutico que passe as devidas orientações”.     

Além disso, assim como nos testes realizados na rede pública e privada de saúde, a pessoa que for submetida ao teste em casa precisa respeitar o intervalo indicado para a realização do exame, entre o 3° ao 5° dia de contato com caso confirmado – ou do início dos sintomas. A medida é fundamental para a confiabilidade do resultado.

Caso o resultado do teste em casa seja positivo, a orientação do especialista é que a pessoa procure um estabelecimento de saúde para repetir o exame, receber a notificação do caso e as orientações necessárias para o tratamento.

“Apresentou o resultado positivo, obrigatoriamente ele tem que repetir este exame com uma outra metodologia, num estabelecimento de saúde, ou até mesmo na farmácia de forma que ele receba uma declaração do resultado ou um laudo laboratorial para que você possa ter a devida notificação desse caso positivo e também ter o encaminhamento para a unidade de saúde para receber os cuidados e a orientação do médico para o tratamento dos sintomas”.

Dúvidas, orientações e denúncias sobre a venda irregular de testes de covid-19 no estado podem ser realizadas pela ouvidoria do CRF/MS, através do site e-mail: ouvidoria@crfms.org.br, ou pelo número 3325-8090. 

A entrevista completa com Flávio Shinzato você confere aqui: