Covid-19: “Vírus gera uma resposta imunológica tão intensa, que pode matar o próprio organismo”, explica especialista

Karina Anunciato e Michael Franco

André Luis é professor de imunologia na UFMS desde 1991. (Foto: Arquivo Pessoal)

O entrevistado do Jornal das Sete desta quinta-feira (25), o vereador, professor em imunologia, doutor em doenças tropicais e saúde internacional, André Luis Soares Fonseca (REDE) falou sobre a evolução do vírus da covid-19 nesta pandemia. Para o especialista, o novo coronavírus é um vírus exótico que não pertence à espécie humana, mas que foi muito bem adaptado ao homem.

“Esse fenômeno que a gente está vendo agora ele já existe a muito tempo na história da humanidade, isso é antigo. E esses vírus exóticos, o nosso sistema imunológico não conhece esse tipo de parasita, então o que é que vai acontecer muito comumente no primeiro momento ele não é reconhecido e depois que o organismo nota que tem alguma coisa estranha ele monta uma resposta imunológica muito intensa. Na verdade, não é o vírus tão citopático – ele não mata tanto a célula – mas a presença dele no organismo gera uma resposta imunológica tão intensa, que é a resposta imune que vai matar o próprio organismo. Numa comparação grosseira, é como se tivesse uma briga de boteco ao invés de você chamar uma patrulha você jogasse uma bomba atômica” explicou o professor.

Exercendo a atividade parlamentar em Campo Grande, o vereador André Luis destacou a importância do lockdown como instrumento de contenção da contaminação. No entanto, ele explicou que como qualquer medida é necessário o estudo estratégico de implantação.

“A gente tem que fazer – e esta vai ser uma discussão interna – na nossa Câmara, de como preparar o lockdown. Então, por exemplo, durante este período, o que nós sugerimos é que haja suspensão dos impostos. Durante este período o governo vai perder. Nós também vamos perder. O cidadão vai perder, então que haja suspensão do imposto, que haja pelo menos uma moratória para o indivíduo pagar o imposto. Nós temos que ser mais sensíveis para ver esses casos. Como nós não temos experiência, estamos aprendendo e é importante que nós desenvolvamos mecanismos que protejam a população também do lockdown”.

A entrevista completa com André Luis, você confere aqui: