
Na quinta semana de depoimentos no Senado, a médica Nise Yamaguchi falou ontem (01) por mais de sete horas aos senadores da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid.
Os principais assuntos abordados com Yamaguchi foram o tratamento precoce da covid-19, o uso da cloroquina e a reunião ministerial na qual ela foi citada pelo ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta e pelo diretor-presidente da Anvisa Antônio Barra Torres.

Na CPI, ambos afirmaram que ela esteve presente no encontro com os ministros e com o presidente da República Jair Bolsonaro e que sugeriu através de uma minuta de decreto a mudança da bula do remédio. Yamaguchi negou que tenha feito a sugestão e disponibilizou a cópia do documento presente na reunião. Para esclarecer o assunto, o presidente da comissão o senador, Omar Aziz, confirmou que será necessária a acareação entre as partes envolvidadas para estabelecer o que aconteceu.
Vista por diversas vezes em Brasília, no ano passado, o nome de Nise Yamaguchi foi citado como possível substituta de Mandetta ao cargo de ministra da saúde. A médica explicou que não recebeu nenhum convite formal e que nesta ocasião participou apenas de uma reunião pontual com o presidente.
Insistentemente interrompida em suas respostas pelos senadores que discordavam das respostas da convidada, Yamaguchi respondeu que conversou sobre tratamento precoce apenas uma única vez com o presidente.

Oncologista e imunologista, Yamaguchi não foi questionada sobre sua área de atuação. No entanto, como ganhou notoriedade devido sua defesa do tratamento precoce, com o objetivo de compreender o domínio da médica sobre a covid-19, o senador Otto Alencar, que também é médico, questionou Yamaguchi sobre qual era a diferença entre protozoário e vírus. Como não soube responder, Alencar disparou contra a médica com uma série de perguntas específicas sobre a história da doença, causando o maior constrangimento visto até o momento na CPI.
Nise Yamaguchi falou também sobre imunidade de rebanho e afirmou que esta era uma discussão pertinente em junho do ano passado, quando se imaginava a contaminação de forma natural e vacinal da doença.
Hoje a comissão escuta a médica infectologista Luana Araújo. Ela foi indicada para o cargo de secretária extraordinária de Enfrentamento à Covid-19, mas a nomeação foi cancelada dez dias depois.
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