Dr. Sandro comenta permissão para prefeitura comprar vacinas: ‘Além das questões políticas, têm vidas em jogo’

Karina Anunciato e Michael Franco

Reprodução - Câmara Municipal de Campo Grande

O Jornal das Sete da FM UCDB conversou com o vereador Doutor Sandro Benites (Patriota), nesta quinta-feira (14), sobre a aprovação do projeto que permite que a prefeitura de Campo Grande compre vacinas contra a covid-19 aprovadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e não fornecidas pelo governo federal.

Ele comentou que é necessário entender a gravidade do cenário atual em relação à pandemia e também projetou uma possível falta de recursos da Federação para atender toda população do país. “Tem uma série de mortes acontecendo em Campo Grande, perdi vários amigos que eu tinha consideração enorme. Eu não sei se o governo tem lastro para imunizar toda população do Brasil. Se existe uma vacina segura em primeiro lugar, com eficiência comprovada e aprovada pelos órgãos reguladores, não tem porquê a gente não fazer isso. Então achei acertada a decisão tanto do prefeito como da Câmara Municipal.  Além das questões políticas tem vidas em jogo”.

Ouça a entrevista completa com o vereador Doutor Sandro Benites:

O vereador disse ainda que deve-se levar em conta no processo de compra, o imunizante mais compensatório em relação ao valor e eficácia. “Se a gente tem no mercado uma vacina com 80% ou 90% de eficiência mais barata e outra com percentual menor e mais custosa, temos que ver o custo-benefício. Afinal esse dinheiro não é privado, é um dinheiro púlico, nosso dinheiro que está em jogo”.

Sobre a politização nas discussões sobre a vacina, Benites frisou que todos perdem com o fato e é preciso fugir desse caminho. “Quando você demoniza uma medicação extrema barata e eficaz como a hidroxicloroquina, as pessoas acabam tendo mais medo do remédio do que do próprio vírus. Quando você demoniza uma vacina, acontece o mesmo. Então a gente não pode entrar nesse jogo”.

Reprodução – Câmara Municipal de Campo Grande

Defensor e atuante no tratamento precoce desde o início da pandemia, Doutor Sandro Benites também falou do assunto que está em voga mais uma vez, sendo lembrado sempre pelo ministro da Saúde Eduardo Pazuello. De acordo com o vereador o método foi uma alternativa ao erro estratégico de autoridades que recomendavam procurar unidades de saúde apenas quando sintomas mais graves fossem percebidos.

“Você tem que ter ousadia, flexibilidade e coragem. Tem que tentar, alguém vai acertar. E graças a Deus, em algum momento, colegas acertaram. Não são medicamentos que a gente vai resolver 100% dos casos, mas a gente tem usado com sucesso em outras patologias virais. Então vamos tentar, eu prefiro morrer tentando. Melhor do que cruzar os braços e dizer ‘quando você tiver falta de ar, me procura’, isso chega a ser algo doentio. Um médico não pode tomar uma atitude desse no meu ponto de vista’.

Além disso, o trabalho de tratamento precoce evitou contágios em Campo Grande. “Quando a gente foi no asilo com mais de 80 idosos, faz seis meses que fizemos o tratamento precoce e até hoje não tem nenhum idoso infectado. Chegamos ao Asilo São João Bosco, que já tinha em torno dez mortes, os 60 idosos restantes que receberam a medicação, ninguém mais desenvolveu a doença. Então eu não preciso de uma revista indexada, randomizada com estudo para provar que isso funciona. Eu já estou convencido”.