Estado supera a marca de mil acidentes com escorpiões em 2022

Karina Anunciato

Escorpião amarelo (Foto: Reprodução)

De acordo com o Cievs (Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde), Mato Grosso do Sul registrou só neste ano (2022), 1107 ataques de escorpiões de janeiro a abril. Só em Campo Grande, são 416 registros até o dia 29 de abril, liderando o ranking com maior incidência.

Em entrevista ao Jornal das Sete, a médica veterinária, bióloga e professora da UCDB (Universidade Católica Dom Bosco), Paula Helena Santa Rita explicou que esta movimentação no início do ano é típica da espécie que se movimenta mais em períodos chuvosos.

Paula Helena Santa Rita, médica veterinária e bióloga, durante o documentário da CNN (Foto: Reprodução)

“Esses animais têm maior ocorrência no período chuvoso, mas são vários motivos que têm contribuído para maior movimentação dos animais, de modo especial da grande atividade urbana, do crescimento urbano muito próximo às residências”.

Devido ao seu grande potencial lesivo, especialmente para crianças e idosos, a veterinária orientou que em caso de ataque as pessoas devem procurar imediatamente a rede de saúde para atendimento.

“Para adultos a orientação é lavar a área da picada com água e sabão e realizar compressa de água morna. Caso sinta outros sintomas além da picada, procure a unidade de saúde. Já para crianças e idosos o cuidado é maior, por isso procure imediatamente assistência médica”.

Para evitar focos de escorpiões no quintal, a bióloga frisou que é fundamental atenção com a limpeza, evitando lixo e entulho. Além disso, nas casas em que as pessoas guardam material de construção a indicação é movimentar esta pilha a cada 2 meses, no mínimo. Estes locais servem de abrigo para o bicho.

“Como esses animais se alimentam de barata, grilo e outros insetos, o acúmulo e a permanência desta oferta alimentar direcionam muito o surgimento deles. Outra situação: pessoas que possuem tijolos, telhas guardadas em seus quintais devem fazer o remanejamento, a mudança de posição desses materiais a cada dois meses, pelo menos, para evitar a proliferação. A gente deve lembrar que essas residências ontem aparecem muitos animais devem ter um foco, inclusive com reprodução desses aracnídeos”. 

Gretap

Integrante do Grupo de Resgate Técnico Animal Cerrado Pantanal de Mato Grosso do Sul (Gretap-MS), Paula Helena participou do documentário do canal de TV CNN. A produção intitulada “A extinção em massa de espécies — O homem em guerra com a natureza” fala da devastação que atingiu o Pantanal nos últimos dois anos devido à seca extrema no estado.

Para a veterinária, os impactos da extinção de determinadas espécies devem ser sentidos ao longo dos próximos anos. De acordo com uma pesquisa da Embrapa Pantanal em parceria com a Universidade Federal do Mato Grosso estima-se que cerca de 17 milhões de animais foram mortos. 

“Sim, nós tivemos uma perda da variabilidade genética muito grande nestas área afetadas. E a gente tem que lembrar que tem a questão da flora, quando eu perco uma vegetação que é base alimentar para as espécies de base de cadeia, que são os herbívoros, eu sofro uma consequência lá no topo da cadeia, dos animais que chamam atenção como as onças, como os grandes predadores”. 

A entrevista completa com Paula Helena Santa Rita você confere aqui: