Fábio Trad sobre reforma administrativa: “Não combate privilégios e deveria ser rejeitada”

Karina Anunciato e Michael Franco

Foto: Pablo Valadares/Câmara dos Deputados

O deputado federal Fábio Trad foi chamado pelo PSD, a integrar comissão especial que vai debater a reforma administrativa na Câmara dos Deputados. Durante entrevista ao Jornal das Sete, nesta quinta-feira (24), o parlamentar se posicionou de maneira contrária à proposta.

“Estou cético quanto à reforma administrativa. Primeiro a sua inoportunidade, em um momento em que o Brasil precisa do serviço público, estamos vendo a pandemia matar milhares de brasileiros que estão desassistidos, vulneráveis economicamente, a reforma administrativa vem com o propósito de fragilizar o serviço publico, de definhar ainda mais o Estado brasileiro”.

Trad avaliou ainda que a proposta atual passa longe da área que realmente deveria ser modificada: a regalia exacerbada de alguns setores. “Não combate os privilégios, passa ao largo das distorções remuneratórias, não enfrenta as questões dos super salários. Eu tenho uma postura muito crítica em relação a essa PEC, na minha avaliação deveria ser rejeitada”.

Acerca de muitos atores econômicos, incluindo o ministro Paulo Guedes, apostarem na reforma como um dos grandes passos para recuperação e guinada econômica brasileira, Fábio Trad que se trata de interesse nos lucros do mercado caso a pauta seja aprovada. “O mercado vê como um fetiche, lógico, o mercado que vai lucrar. […] É uma questão de interesse mercadológico, o mercado quer que a reforma seja aprovara para lucrar mais. O problema é que quem vai ser vitima dessa reforma são os pobres, são as pessoas que precisam do estado para viver e sobreviver”.

Ouça a entrevista completa com o deputado Fábio Trad: