Prefeito rebate críticas e assume responsabilidade por decreto: ‘Eu não fujo de nada, estou sendo justo’

Karina Anunciato e Michael Franco

Reprodução - Facebook oficial

O prefeito de Campo Grande Marquinhos Trad (PSD) defendeu o decreto municipal que contrariou as medias determinadas pelo governo estadual. Durante entrevista ao apresentador Tatá Marques, do SBT, nesta terça-feira (15), ele assumiu a responsabilidade da ação e garantiu que nenhum campo-grandense vai morrer por falta de leitos.

“Não tomamos nenhuma medida sem responsabilidade. Não vai morrer nenhum campo-grandense longe de um leito de UTI na minha cidade. A sociedade tem me ajudado e tem contribuído. Não é o comércio o responsável pelo avanço da covid. E de uma vez por todas, se quiserem jogar a responsabilidade nas minhas costas, podem ter certeza absoluta que eu não fujo de nada, podem jogar”.

Marquinhos Trad elencou os pontos que o levaram a fazer o decreto contrariando as medidas estaduais. O primeiro fator foi a reclassificação abrupta do Comitê do Programa Prosseguir, que considerou injusta. “Não é justo. Porque, no dia sete de junho, o Prosseguir induziu o comércio a estocar seus produtos. Aí vem no dia nove e fala ‘fecha tudo'”.

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O secretário de Estado de Saúde Geraldo Resende lamentou a posição tomada pelo prefeito de Campo Grande. Para ele, a decisão de Marquinhos Trad se torna ainda mais questionável tendo em vista que na última quinta-feira (10), o prefeito da capital esteve na sede da Secretaria de Estado de Saúde, acompanhado dos secretários de Saúde e de Governo, além do procurador Geral do Município.

Resende diz não entender a decisão de Marquinhos Trad (Reprodução – SES)

No encontro, Marquinhos Trad entregou um documento se comprometendo a seguir as medidas restritivas impostas pela bandeira cinza do Prosseguir e solicitando prazo de 72h para o município se organizar para adotar as medidas necessárias.

Resende questionou: “Fico perguntando o que levou o prefeito a romper um compromisso que tinha a sua própria assinatura e o aval de dois de seus secretários e o procurador do Município”.

Ministério Público

Na tentativa de encontrar uma solução para o impasse de decretos restritivos em Campo Grande e em outros municípios de Mato Grosso do Sul, o procurador-Geral de Justiça, Alexandre Magno organizou uma reuniu ontem (15), tratando também da possibilidade de ingresso, por parte do Ministério Público, com ações diretas de inconstitucionalidade sobre os decretos municipais publicados na segunda-feira.

O Ministério Público Estadual explicou que deve atuar em duas frentes. Uma com a ação de constitucionalidade, e a outra, uma ação de médio prazo para o fortalecimento do diálogo entre todos os setores envolvidos no combate à pandemia, como comerciantes, profissionais da saúde e chefes dos executivos.

Participaram da reunião o prefeito de Nioaque e presidente da Associação dos Municípios de Mato Grosso do Sul, Valdir Júnior; o prefeito de Campo Grande, Marcos Trad, a secretária-adjunta de Estado de Saúde, Crhistinne Maymone; a procuradora-geral do Estado, Fabiola Marquetti Sanches Rahim, a consultora legislativa do governo de Mato Grosso do Sul, Ana Carolina Ali, além de representantes do comércio e dos profissionais de saúde.