Presidente da CDL critica postura de secretário de Saúde: ‘Foi extremamente grosseiro’

Karina Anunciato e Michael Franco

Presidente da CDL comentou que medidas mais restritivas podem custar empregos (Foto: Reprodução/CDL-CG)

O presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Campo Grande (CDL/CG), Adelaido Vila criticou o comportamento do secretário de Estado de Saúde na reunião, ocorrida na última sexta-feira (04), para avaliar medidas a serem tomadas em relação à Covid-19 na Capital. Durante entrevista ao Jornal das Sete, nesta segunda (07), ele comentou que o chefe da saúde em Mato Grosso do Sul não respeitou a posição e opinião do setor produtivo.

“Só faltou o secretário me mandar calar a boca. Foi extremamente grosseiro, extremamente desrespeitoso e colocou algo que nos deixou bastante entristecidos que é dizer que ‘estamos em trincheiras diferentes’. Como se o setor produtivo não estivesse junto nessa luta pela vida, como se nós estivéssemos apenas focados na questão econômica”.

Ouça a entrevista na íntegra:

Acerca das novas medidas anunciadas em decreto, Vila comentou que o setor recebe as mudanças com tristeza, não só pela questão econômica, mas por perceber também a realidade da curva da doença na capital. Para ele, o principal prejudicado com os novos horários é o setor de alimentação.

“A expectativa nossa era que a gente tivesse um controle maior sobre a pandemia. Foram cometidos alguns exageros nos últimos dias, festas e as próprias reuniões políticas, tudo isso fez com que esse segundo momento acontecesse agora nesse período tão importante para nossa economia. O toque de recolher vai prejudicar muito o setor de bares e restaurantes, nos preocupa poque é um setor que já está muito sacrificado”.

Horário estendido

Mesmo com as novas restrições praticadas pelo poder público, o comércio de Campo Grande terá horário estendido para atender as demandas de fim de ano. O atacado e varejo em geral, incluindo o Centro da Capital, atenderá das 8h às 21h. Já os shoppings funcionarão das 10h às 22h.

Adelaido Vila ressaltou que é um momento de união pelo desenvolvimento e recuperação do setor local. “Que você [ouvinte] possa consumir no mercado local. Nunca o mercado local precisou tanto que você consuma nele. Evite fazer suas compras de outra forma, mesmo que seja nas plataformas digitais, procure comprar de lojas de Campo Grande para que possa ajudar a garantir empregos e manter a Economia da cidade”.

Reprodução – CDL/CG

Confira a nota da CDL/CG repudiando a política do secretário de Estado de Saúde, Geraldo Resende:

Os varejistas campo-grandenses repudiam a forma desrespeitosa com que o Secretário Estadual de Saúde, Geraldo Resende, vem tratando o setor produtivo da cidade, chegando ao ponto de, em reunião, interromper falas e desmerecer a presença dos representantes do setor.

Desde o princípio da pandemia, o varejo tem contribuído para evitar que o vírus se espalhe, seguindo rígidas medidas de biossegurança e sofrendo duras restrições, que atingiram diretamente a vida das pessoas, causando fechamentos de empresas e desemprego.

Já da parte do secretário, o que se vê é apenas a semeadura do caos, em apelos dramáticos e midiáticos pelo fechamento do comércio, ao mesmo tempo em que manda mensagens ambíguas de que está tudo bem, com a não utilização e posterior fechamento dos hospitais de campanha.

Ora, se os hospitais de campanha não foram sequer utilizados e já foram até desmontados, isso significa, aos olhos da população, que o pior já passou, que a situação já melhorou.

Além disso, há uma má gestão na saúde pública estadual, sobrecarregando Campo Grande, na medida em que 30% dos leitos são ocupados por pessoas vindas de outras cidades, dando a impressão de que a capital tem poucos leitos, quando na verdade eles são compartilhados com outros municípios que não sofrem a mesma pressão que Campo Grande.

O senhor secretário afirma que estamos em trincheiras opostas, se colocando como inimigo dos varejistas, quando deveria estar preocupado em salvar todas as vidas, em agregar, em proteger, em prestar um serviço público de excelência, isso porque o digníssimo secretário é parlamentar licenciado.

Lamentamos o fato de o mesmo sequer ajudar na fiscalização, por meio do acionamento das forças policiais do Estado, contra festas e eventos clandestinos, esses sim, disseminadores do vírus.

Sendo assim, repudiamos a postura do secretário Geraldo Resende e esperamos que o mesmo se retrate com o setor produtivo campo-grandense, que é quem garante a vida para a cidade.

Adelaido Vila
Presidente CDL Campo Grande