Sociedade Brasileira de Diabetes estima que mais de 46% das pessoas que têm a doença, não sabem

Débora Alves

No país, cerca de 90% dos diabéticos brasileiros são do tipo 2, quando o corpo desenvolve resistência aos efeitos da insulina e pode ter causas hereditárias ou ligadas a hábitos de vida. A Sociedade Brasileira de Diabetes estima que mais de 46% das pessoas que têm a doença, não sabem.

O Jornal das Sete, desta quinta-feira 25/01, recebeu a médica endocrinologista dra Érica Abel da Silva, que explicou os cuidados que as pessoas com diabetes precisam ter no verão. (Para conferir a entrevista, basta clicar no play).

O Brasil é o quinto país em incidência de diabetes no mundo, com 16,8 milhões de doentes adultos (20 a 79 anos), ficando atrás apenas da China, Índia, Estados Unidos e Paquistão. Porém, a Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD) estima que o Brasil possa subir para quarta posição neste ranking.

No verão, pacientes com diabetes precisam adotar uma rotina ainda mais cautelosa, pois o calor extremo pode ser especialmente prejudicial. Dias quentes são mais propícios para descontroles na glicemia e na temperatura corporal.

Altas temperaturas induzem à desidratação, que por sua vez eleva o risco de hiperglicemia (aumento dos níveis de glicose no sangue). O oposto também pode acontecer, a hipoglicemia (queda da glicemia), um fantasma recorrente, já que a ação da insulina pode se alterar em dias mais quentes.

Entre as orientações, da médica Érica Abel, estão os cuidados com a hidratação. “Quanto mais quente o clima, mais o corpo transpira e mais água corpórea é perdida. E quando a água eliminada pelo suor não é reposta com rapidez, acontece a desidratação, que, em contrapartida, facilita o acúmulo de açúcar na corrente sanguínea, agravando o diabetes” explica.

Alimentação balanceada no verão ajuda no equilíbrio glicêmico. Refeições ricas em fibras, proteínas magras, vitaminas e minerais, e pobres em açúcares. Mas cuidado, no calor, é importante evitar ao máximo alimentos com muito açúcar, mesmo que eles sejam considerados saudáveis, como as frutas, o excesso pode causar descontrole glicêmico. Laranja, suco de laranja, melancia e outras frutas como a manga, que possuem maior teor de frutose, precisam ser evitadas.

Dra Érica Abel, explica que a prática regular de exercícios reduzem os níveis de glicose no sangue, ajudam a regular a pressão arterial e o colesterol. Mas quem faz uso de insulina precisa conferir a taxa de glicemia no início e ao final dos treinos.

Fotos: Mario Hisano.